Segundo Marcelo Sperandio em reportagem para a revista Veja, o Brasil caminha a passos largos para finalmente, se livrar de um problema medieval: a falta de coleta de lixo. Em 2000,79% dos domicílios contavam com esse serviço. Hoje o índice chega a 87% e continua subindo.
Em Santo André no ABC paulista, as 1000 toneladas diárias que a cidade produz são coletadas por 31 caminhões, onze deles só para recicláveis. Os veículos são monitorados com GPS para nenhuma casa ficar de fora da coleta. Isso garante 100% de coleta, sempre seletiva, um fato raro no país.
Para isso acontecer Santo André teve que reciclar primeiramente seu modelo de tratamento de resíduos. Em 2000, ligações telefônicas automáticas informavam aos moradores o dia e a hora em que cada tipo de lixo seria recolhido. A população aderiu e passou a separar materiais. Hoje duas cooperativas selecionam 15% dos resíduos secos e os vendem para reciclagem, até ano que vem a meta é de 30%.O aterro para onde segue o resíduo orgânico também é eficiente.Com isso,o impacto ambiental é controlado.
Na Amazônia a situação se inverte. Santarém, no Pará, tem o pior índice de coleta entre as 106 cidades analisadas: só 75% das casas têm o lixo recolhido, o restante fica pelas ruas ou é queimado em quintais. O serviço municipal é feito por sete caminhões e quarenta carroças, movidas a tração animal. Tudo é despejado em um lixão, onde toneladas de resíduos se acumulam. Só uma pequena parte é aterrada.
Na última década a cidade com 200.000 habitantes que mais ampliou a coleta foi Itaboraí, no Rio. Em 2000,60% de seus domicílios eram atendidos. Hoje, são 93%. O investimento reduziu o despejo de lixo na Baía de Guanabara. Desde 2010, tudo é descartado em um aterro particular, em uma região isolada do município. Itaboraí se livrou da sujeira, mas ainda tem o desafio de reaproveitá-la. Para atingir o exemplo de Santo André, a população precisa exigir dos governantes, além da manutenção dos investimentos, o início de um programa de reciclagem. Só assim o lixo recolhido vai se transformar em riqueza.??
Fonte: Revista Veja de 02 de novembro de 2011.
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