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Resíduos: uma questão de tecnologia ou educação? (Parte 2)

De acordo com a última pesquisa “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010″, realizada pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a produção de resíduo urbano cresceu 6,8% de 2009 para 2010. A média nacional é de 1,213 kg por habitante. O que fazer com todo esse resíduo? Como resolver esse problema?

Antes de mais nada, precisamos ficar atentos para uma questão muito simples: somente a tecnologia não resolve o problema. Não é suficiente termos uma Central de Tratamento de Resíduos se o material reciclável não é separado na fonte. Não basta produzir energia a partir da queima dos resíduos se o que estamos queimando são recursos naturais FINITOS que o planeta nos fornece. Nem a reciclagem nem a queima do lixo, que acontecem em escala industrial, vão dar conta da quantidade de material que nossa sociedade descarta diariamente.

Tão importante quanto desenvolvimento de TECNOLOGIA LIMPA para o gerencimento adequando dos nossos dejetos é o investimento em uma educação ambiental capaz de provocar mudanças na maneira como a sociedade consome, se relaciona com o meio ambiente e o planeta. Não podemos continuar vivendo como se o planeta estivesse à disposição das “necessidades” humanas. Talvez, a melhor expressão seja “capricho” humano.

Não podemos investir em Educação Ambiental sem pensar em Tecnologia. Não é possível pensar em tecnologia sem trabalhar a Educação Ambiental. Essa é dobradinha que deveria andar sempre junta. A Educação é a base para a construção de uma sociedade melhor.

A reportagem que disponibilizamos abaixo contém mais dados sobre a pesquisa “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010″.

Rio é o maior produtor de lixo por habitante
do Brasil, segundo pesquisa da Abrelpe

Por dia, moradores fluminenses jogam fora 50% mais resíduos que o restante do país

Fonte: Alexandre Brum / Agência O Dia Carioca é recordista em produção de lixo; cada habitante da região Sudeste gera 1,288 kg por dia de reíduos sólidos urbanos

O município do Rio de Janeiro é atualmente o maior produtor de lixo por habitante do Brasil. Segundo a pesquisa “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010″, divulgada pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) nesta quarta-feira (27), o carioca joga fora diariamente 1,861 kg de detritos, o que corresponde a 50% mais do que a média nacional – 1,213 kg.

A análise levou em conta os municípios com mais de 500 mil habitantes e a produção diária de resíduos sólidos urbanos, como lixo domiciliar.

Apesar de São Paulo ser a capital mais populosa do país, com mais de 11 milhões de habitantes, e em toneladas ser a campeã no ranking do lixo -13,5 t/dia-, não está entre as cinco cidades em que os habitantes mais produzem individualmente mais detritos no Brasil. Com quase o dobro da população do Rio, o paulistano gera 1,221 kg por dia.

Em segundo lugar está Brasília, com produção diária de lixo de 1,624 kg; Fortaleza, com 1,389 kg; Manaus, com 1,338 kg; e Salvador, com 1,318 kg.

Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, atribui o resultado do estudo ao crescimento da renda das famílias.

– Atribuímos estes dados ao aquecimento da economia e ao aumento do poder aquisitivo da população. O fato de o Rio de Janeiro estar em primeiro lugar está ligado aos hábitos de consumo e à maneira como é feito o descarte do lixo.

A pesquisa revela ainda que a produção de lixo urbano cresceu 6,8% de 2009 para 2010, o que representa seis vezes mais do que o crescimento populacional no período. Segundo o estudo, o Estado que mais produz detritos por dia no país é São Paulo, com 55.742 t.

Para a doutora em Engenharia de Produção e membro do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU), Suzana Kahn, a alta geração de detritos na capital fluminense está ligada à falta de incentivo à reciclagem.

– Estes números podem ser atribuídos à falta de estímulo à reciclagem e de uma infraestrutura adequada para destinar o lixo. Na Europa, há países onde há renda maior, mas não há tanta geração de lixo. Falta uma política de resíduos eficiente. A reciclagem ainda é baixíssima no Rio.

O professor e pesquisador da Coppe/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), especialista em geração de energia elétrica a partir do lixo, Luciano Basto, defende uma divulgação maior da produção de energia por meio dos resíduos descartados.

– É necessária uma maior divulgação sobre a geração de energia através do lixo. Todos os materiais recicláveis podem economizar energia, gerar recursos financeiros e reduzir custos. Não adianta ir para a escola e investir em educação ambiental e aguardar 20 anos para vermos uma mudança. É necessário que os meios de comunicação divulguem mais isso para termos soluções rápidas.

Fonte: Abrelpe

Fonte: R7 Notícias

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