Nos anos 1990, e isso nada tem nada a ver com a Eco 92, fazer coleta seletiva era ao mesmo tempo um desafio pela falta de infraestrutura, coisa de desocupado para a maioria das pessoas que não a entendiam direito e cult entre os ecologistas, que sonhavam em ver o dia que todo mundo faria a separação dos materiais recicláveis.
Hoje a coleta seletiva mudou muito (para melhor!), mas ainda é um enorme desafio. Só que por alguns novos motivos, diferentes de 1992. Atualmente temos muitos especialistas no assunto, livros e manuais, páginas na internet, cursos livres e inúmeros programas governamentais e de ONGs. E tal qual na 2ª Lei de Newton da física, a toda ação corresponde uma reação, ou seja, há pessoas contrárias à coleta seletiva e mesmo à reciclagem.
Apesar de todos os benefícios que a coleta seletiva e a reciclagem são capazes de trazer para a sociedade como um todo, alguns temem o seu crescimento e universalização. Pode-se apontar muitos motivos equivocados, baseados em meias verdades e dados manipulados. A resistência parece defender o lucro de alguns poucos, pois afinal de contas lixo dá muito dinheiro. E é bem mais fácil de obtê-lo de maneira concentrada e eticamente questionável se a coleta seletiva não for adiante.
Alegar que a coleta seletiva custa 2, 3, 4 vezes a mais que a coleta convencional é um equívoco histórico em relação aos sistemas de recolhimento segregado de resíduos. O tipo de caminhão e o volume que carregam em cada viagem são os principais argumentos para justificar um suposto custo maior. Mas é preciso levar em consideração todo o ciclo dos resíduos. Grandes cidades precisam transferir o conteúdo dos caminhões compactadores para carretas em locais chamados Estações de Transferências, de lá o lixo segue para depósitos distantes algumas dezenas de quilômetros. Os aterros sanitários são instalações temporárias (duram de 20 a 25 anos, em média) para receber e armazenar nossas sobras de maneira segura. Todo esse processo tem um custo que a coleta seletiva não possui. É mesmo muito difícil acreditar que a coleta seletiva seja mais cara se demanda apenas parte da infraestrutura, processos e recursos humanos que a coleta de lixo comum.
E para levar o argumento para o lado científico sugerimos a leitura de um texto publicado em 2002 no Informativo 22 da Recicloteca, baseado na tese de Doutorado escrita por Artur Oliveira, pesquisador da UFSC. Ele argumenta com muita propriedade que a coleta seletiva é economicamente benéfica para a administração das cidades. Leia o texto “Quanto custa NÃO ter a coleta seletiva?” e você verá que não há nada de extraordinário no custo da separação de resíduos, muito menos em seu incentivo.
O excesso de lixo só pode interessar a um punhado de empresas ligadas à coleta de lixo comum (seja lixo regular ou extraordinário), que certamente veriam seus lucros serem reduzidos a um padrão mais humilde se a coleta seletiva realmente deslanchar.
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