A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações de meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação. Entre em contato pelo email contato@ecomarapendi.org.br
Fechar janela

Revista da Fiocruz da destaque às Injustiças Ambientais no Brasil

As caras da injustiça ambiental

No 2º Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente (Sibsa), organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em outubro, em Belo Horizonte, foram destacadas as populações atingidas por conflitos territoriais como sujeitos de resistência, não como objetos de pesquisa.

Por Bruno Dominguez – Revista Radis

“A injustiça ambiental tem cara. A de Antônio Filho, morador do bairro de Piquiá de Baixo, em Açailândia, Maranhão, destruído a partir da instalação de indústrias siderúrgicas ao redor das casas da comunidade. Ou a de Patrícia Generoso, de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, por onde passa um mineroduto de 525 quilômetros. Ou as de tantos outros atingidos por projetos que opõem desenvolvimento, justiça ambiental e saúde”.

“O diretor da Ensp,  Hermano Castro, apontou as implicações do atual modelo para a saúde: interfere na determinação saúde/doença, levando a adoecimento e morte, especialmente de grupos mais vulneráveis — indígenas, afrodescendentes, comunidades tradicionais, camponeses e camponesas, trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda, moradores e moradoras das zonas de sacrifício no campo, nas florestas, nas águas e nas cidades.
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, reforçou que saúde e ambiente são temas simbióticos. “Não se pode pensar saúde e ambiente como questões desconectadas, pois ambos sofrem as consequências perversas do modelo de desenvolvimento e do processo de organização da produção e do trabalho”, disse.
Daí surge a necessidade de se colocar a saúde no centro do modelo, tarefa que a Fiocruz tem levado à frente.
“Sobre a desterritorialização gerada pelos casos de injustiça ambiental, falou o filósofo francês Jean Pierre Leroy, integrante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) e assessor da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), na conferência Direitos, justiça ambiental e políticas públicas. Nas palavras dele, justiça ambiental deve ser encarada mais do que como uma definição conceitual: “É um grito”.
Trata-se da afirmação de algo que interpela toda a sociedade: não se pode pensar um futuro sem que o meio ambiente seja parte da vida. “É um grito, uma luta travada para que ninguém se encaixe na condição de atingido, partindo dos que não aceitam ser eliminados e silenciados pelo injusto modelo de desenvolvimento do capitalismo. É um clamor daqueles que sabem que seus modos de viver e de se relacionar com o ambiente não são parte do problema, mas da solução”.
Filosofo JeanPierreLeroy_n
Temas como cultura do campo, extrativismo ambiental (neoextrativismo), uso de agrotóxicos também tiveram relevância.

Este texto está protegido por uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional
Link para atribuição de créditos: http://www.recicloteca.org.br/?p=14178

Gostou desse post?

A Ecomarapendi é a ONG (organização não-governamental) responsável pela Recicloteca. Além do centro de informações sobre meio ambiente e reciclagem, oferece diagnóstico participativo, estudos de impacto ambiental e de vizinhança, treinamento e capacitação.

Assuntos relacionados

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário