Em apenas dois séculos a população do planeta se multiplicou por sete.
Quais os principais desafios de vivermos em um mundo onde a população deverá chegar a 10 bilhões de pessoas ainda neste século. É o assunto deste artigo e também do programa “Cidades e Soluções” Especial de
aniversário (5 anos) que será exibido nesta quarta-feira, 12/10, às 23h30
Por André Trigueiro
“Crescei e multiplicai-vos”. O preceito bíblico está sendo seguido à risca. Em pouco mais de 200 anos, a população do planeta foi multiplicada por 7. No início do século XIX, éramos um bilhão. Levamos 123 anos para dobrar esse número. Daí pra frente, especialmente depois da segunda guerra mundial, o ritmo do crescimento acelerou. Em outubro de 2011 chegamos a sete bilhões. Até o final do século, segundo a ONU, a tendência é que a população mundial se estabilize na faixa dos 10 bilhões de pessoas.
Mas como alimentar tanta gente, se os estoques de água doce e limpa e de solo fértil, estão diminuindo? É para comer menos ou mudar o cardápio? Dá para apostar numa nova revolução verde? Não somos apenas mais numerosos. Também estamos vivendo mais. Na média, quase 70 anos. Um avanço excepcional, considerando que na década de 50 a expectativa de vida era de pouco mais de 47 anos. Mas como assegurar o pagamento de aposentadorias e pensões por mais tempo, para muito mais gente? A previdência não é o único desafio. Como preparar melhor as cidades para uma população mais idosa? Que requer maiores cuidados e atenção? Ah as cidades. Elas também estão crescendo e rápido. Em 60 anos, a taxa de urbanização do planeta praticamente dobrou. Apenas no Brasil, 85% da população vivem em cidades.
Recentemente, a ONU informou que pela primeira vez na História, a maioria dos seres humanos passou a viver no meio urbano. E a tendência é que esse fenômeno continue. Para isso, é preciso produzir mais energia. O maior consumo de energia tem origem exatamente nas cidades. E a energia mais barata e farta do planeta, é também a mais suja. 80% da matriz energética do mundo são petróleo, carvão e gás. E quem mais polui são os ricos. Aproximadamente 75% das emissões de gases estufa vem dos países desenvolvidos. De acordo com as Nações Unidas, as mudanças climáticas, o maior problema ambiental do século 21, poderão determinar a remoção de 200 milhões de pessoas de seus atuais endereços nos próximos 40 anos. A maioria absoluta delas é pobre. Neste planeta ainda tão desigual, um bilhão e meio de pessoas sequer tem acesso a energia elétrica. Ao que parece, será preciso um choque de civilização para que tenhamos esperança num mundo melhor e mais justo, embora mais populoso.
Fonte: Mundo Sustentável
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