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Reciclar é importante, mas reduzir o lixo é muito mais!

A Suécia recicla 99%% de seu lixo, destina apenas 1% em aterros e poderia ser um exemplo para o Brasil e para o mundo. Mas ‘exemplo’ é um exagero. Sim, por um lado é excelente. Mas apenas um dos muitos lados do complicado problema do lixo no planeta. O gerenciamento de resíduos é complexo e a forma como cada país lida com ele varia de acordo com suas particularidades sociais, ambientais, econômicas e políticas, entre outras. Não dá para tirar conclusões simplistas a partir de um único número.

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A sociedade sueca certamente é mais consumista que a brasileira. Dados do Banco Mundial indicam que a população urbana de lá gera 60% mais resíduos por dia do que a daqui. Não temos que nos orgulhar disso pois o lixo é um grave problema aqui, mas sem dúvida esse volume menor é uma condição oportuna para gerenciarmos melhor os nossos resíduos. A Suécia precisa mudar seu padrão de consumo e descarte para compartilhar dessa condição.

Usinas de reciclagem energética da Suécia importam lixo.

Eles operam 32 usinas que queimam o lixo para produzir energia (3 toneladas de lixo geram energia equivalente a 1 tonelada de petróleo). Filtros especiais são usados para amenizar o impacto dos poluentes na atmosfera, mas é impossível garantir a segurança dessa operação controlada ao máximo. Mesmo gerando muito lixo e queimando boa parte dele ainda precisam importar 800 mil toneladas de lixo de outros países. O que parece ser uma ótima prática gera um empecilho à educação ambiental para o consumo consciente. Como convencer os cidadãos de lá a reduzir o consumismo e o desperdício para diminuir os resíduos? Poderiam prejudicar a matriz energética do país! E o pior é que outros países ‘limpam sua barra’ mandando seu lixo para a reciclagem energética na Suécia. A sustentabilidade passou longe nesse caso.

Podemos conhecer os exemplos estrangeiros de gerenciamento de resíduos e avaliar a capacidade de adaptação à nossa realidade. Entretanto, essa reciclagem energética ainda não é a melhor opção para o Brasil que optou pela reciclagem de resíduos para fabricar produtos novos. E ela é feita a partir da coleta seletiva realizada por cooperativas e sucateiros. A introdução no Brasil da reciclagem energética em larga escala resultaria em um freio na inclusão de mais catadores e melhoria de suas condições de trabalho. Sem contar que essas usinas são caras e precisam de um rígido controle ambiental de suas emissões. E isso é bem difícil de garantir em terras tupiniquins.

Na Suécia, e em vários países ‘desenvolvidos’, a urgência para resolver o destino do lixo é muito maior do que nos países ‘em desenvolvimento’. Os altos recursos financeiros permitem aplicar tecnologias caras para eliminar o problema que seu modelo de sociedade consumista gera diariamente. Precisamos conhecer e aprender com eles como gerenciar o lixo, mas devemos fugir do seu consumismo, que é um péssimo exemplo para o mundo.

Veja abaixo quantos quilos de lixo cada pessoa produz por dia mundo afora:

Produção de lixo no mundo

Educar para reduzir e só depois reciclar.

Não resta dúvidas que educação ambiental para Reduzir é muito mais importante que Reciclar. Esta deve ser um complemento. A ampliação da capacidade de processar resíduos em recicladoras ou incineradoras será cada vez mais cara e difícil. As nações que investirem em qualidade de educação para o desenvolvimento sustentável e humano serão as verdadeiras líderes do século XXI. O Brasil tem chance de estar nesse grupo, precisa apenas selecionar bem os exemplos que quer seguir e aproveitar as oportunidades que ainda possui.

Domina o inglês? Então veja como o portal Treehugger compartilha da mesma opinião que a Recicloteca.

Saiba mais:

Saiba como vive um lixeiro na Suécia

Encontre Pontos de Reciclagem no Brasil

O (mau) exemplo europeu e a coleta de lixo em Barcelona

França proíbe descartáveis. Mas e a educação ambiental?

Super produção de lixo no Japão e as medalhas recicladas das Olimpíadas 2020


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