Nas definições oficiais de dicionários e nas populares o lixo nunca está associado a algo bom, útil, valioso ou mesmo saudável. Por outro lado os materiais recicláveis, usualmente destinados de forma equivocada às lixeiras, são o oposto do lixo: bons, úteis, valiosos e não são insalubres.
Isto posto, é muito frustrante que, mesmo com a já consagrada importância da reciclagem para o meio ambiente, a expressão ‘lixo reciclável’ perdure e seja usada até mesmo por especialistas.
Termo lixo reciclável atenta contra a coleta seletiva
Não existe ‘lixo reciclável’! O lixo verdadeiro não pode ser reciclado e o material reciclável não é lixo, pois a princípio não é sujo, mal cheiroso ou inútil. O grave problema de se errar nessa definição tão importante é a sua cruel consequência para quem trabalha com materiais recicláveis. Catadores, cooperativas, sucateiros, depósitos de recicláveis, beneficiadores, transportadores e indústria recebem uma carga negativa muito grande por terem seu cotidiano e sua imagem associados ao lixo e a tudo de ruim que ele representa. Segundo o MNCR (Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis) há cerca de 1 milhão de catadores em 400 cooperativas no Brasil. E que NÃO trabalham com LIXO, mas com MATERIAL RECICLÁVEL. É totalmente diferente. Os envolvidos nesta atividade econômica são profissionais da reciclagem e não ‘catadores de lixo’ como eram chamados antigamente.
Uma parte considerável da resistência que ainda existe em relação à coleta seletiva e, por tabela, à reciclagem refere-se à confusão que algumas pessoas fazem entre ‘lixo reciclável’ e ‘material reciclável’. A ideia de guardar lixo em casa é absolutamente repulsiva, mas material reciclável limpo como demanda a coleta seletiva não causa nenhum problema. (Saiba mais por que é importante enxaguar recicláveis)
Se levarmos em consideração que a coleta seletiva resulta em reciclagem e economia de recursos naturais e financeiros, de espaço nos depósitos de lixo, geração de emprego e renda, bem como redução da poluição ambiental em geral, chamar a matéria-prima base para tudo isso de lixo é muito inadequado.
O ser humano tem uma capacidade incrível de aprender e perder essa oportunidade mantendo a palavra ‘lixo’ para se referir a ‘material reciclável’ é também um desperdício da nossa inteligência. Nós podemos e estamos aprendendo a fazer a coleta seletiva, mas ainda precisamos dar o devido valor ao retorno dos materiais ao ciclo produtivo. E para isso devemos abraçar o termo correto: ‘material reciclável’. E sempre que possível orientar as pessoas para sua adoção evitando uma série de problemas e empecilhos à reciclagem.
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