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Educar antes e só depois punir

Feliz ano novo pra quem acredita mais na educação que na punição.

Prefeitura do Rio de Janeiro registrou aumento de 19% no volume de lixo recolhido na Festa da Virada. E por conta desse altíssimo volume de lixo jogado nas ruas, que não é exclusividade da festa em questão, cogita-se multar as pessoas que sujarem as ruas. (Veja na Coluna Meio Ambiente do RJ TV)

A iniciativa parece louvável, mas está equivocada, no mínimo, nos aspectos motivacional, lógico, político e orçamentário.

Leia a análise abaixo:

Motivação: uma festa na praia para 2 milhões de pessoas é impossível de ser realizada sem que haja muito lixo jogado no chão. Pode ser reduzido, mas sempre terá centenas de toneladas na areia e no chão. Já o lixo no chão diário seria uma motivação um pouco mais adequada.

Lógica: não temos um programa amplo, permanente e maciço de educação para que as pessoas incorporem ao seu comportamento a responsabilidade da destinação correta de lixo em qualquer lugar. Não dá pra pensar em punir antes de educar. É um prato cheio para que os sujismundos mais abastados processem a prefeitura caso sejam pegos em flagrante.

Político: a prefeitura é craque em recolher, mas durante décadas destinava inadequadamente em Gramacho, o maior lixão da América Latina. Hoje o lixo vai para o Aterro Sanitário de Seropédica, obra polêmica e com curta vida útil (25 – 30 anos). Ainda tem contra ela o histórico de um incentivo pífio à coleta seletiva, refletindo num medíocre índice de menos de 3% de recicláveis recuperados. Não há moral para criar tal multa.

Orçamento: uma fiscalização deste tipo para ser efetiva precisa ser feita por um verdadeiro exército de fiscais. Como este trabalho não cabe aos garis e os guardas municipais tem muitas outras atribuições, seria necessário contratar mais pessoas por uma ou outra instituição, resultando em alto custo, que obviamente não seria coberto pelo valor das multas.

É mesmo muito mais fácil (e inócuo) pensar em resolver ou amenizar um problema punindo os mal educados, mas realizar um trabalho sério, responsável, integrado de educação, que conquiste as pessoas para um novo modo de se relacionar com seus resíduos (ainda) não está no rol de ações da prefeitura.

A oportunidade está bem aí, os recursos estão previstos e a população está aberta à mudança, só falta começar a trabalhar. Enquanto isso veja nos links abaixo as rotas de coleta seletiva da COMLURB e a lista de cooperativas do Programa Reciclagem Solidária:

Zona Sul, Norte e parte da Zona Oeste

Zona Oeste

Ilha do Governador

Cooperativas do programa Reciclagem Solidária

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