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Lixo jogado nas ruas por foliões aumentou 12%, contabiliza Comlurb

Publicada em 10/03/2011 às 00h11m  – Jornal O Globo
Por Cláudio Motta e Taís Mendes

RIO – Os moradores de Petrópolis levariam mais de dois dias para produzir o lixo que a Comlurb coletou no carnaval do Rio: foram 849 toneladas entre sexta e terça no Sambódromo, no Centro, na Estrada Intendente Magalhães, em Campinho (onde desfilam os grupos C, D e E) e nos locais de blocos. Isso é 12% maior do que o coletado no ano passado e equivale a um dia de resíduos sólidos de uma cidade de 700 mil habitantes. Petrópolis, de acordo com o IBGE, tem 296 mil moradores. Niterói, 487 mil.

Mais do que sujeira nas ruas, a montanha de lixo representa prejuízo para a cidade. De acordo com a consultora ambiental da ONG Ecomarapendi, Taís Queiroz, o lixo jogado no chão custa três vezes mais para ser limpo do que o domiciliar. Ela sugere punição para as escolas cujos componentes emporcalhem a cidade:

– Empregamos mal o dinheiro público quando obrigamos a cidade a gastar mais na coleta do lixo. Nos blocos, o número de caçambas deveria ser maior. Além disso, deveria haver uma articulação maior com catadores, até mesmo pagando a diária deles, já que plástico e papel não tem tanto valor como a lata. Quanto às fantasias, as escolas precisariam ter responsabilidade, podendo ser punida, assim como acontece com um time de futebol se a torcida causa algum dano.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), Carlos Roberto Silva Filho, acredita que os grandes geradores de lixo têm que ser responsáveis pela gestão dos resíduos, como já acontece com shoppings e supermercados.

– Seria necessária uma política em conjunto com os distribuidores, comerciantes e fabricantes para nesses locais de aglomeração de pessoas, de grandes eventos, somente colocar em circulação materiais com possibilidade de retorno. Outro ponto seria realmente determinar que os grandes eventos contassem com um sistema independente de gestão de resíduos – afirmou Carlos.

A presidente da Comlurb, Angela Fonti, reconhece que é preciso melhorar o planejamento, sobretudo em relação aos blocos. De acordo com ela, todos os desfiles tiveram mais foliões do que o estimado antes do carnaval. Ela destaca, no entanto, a rapidez com que a Comlurb limpou a cidade.

– A cidade ficou suja somente por algumas horas. Demos resposta rápida, sobretudo nos grandes blocos. A gente pode aumentar o número de garis ou de contêineres em 2012. Nosso planejamento é feito com os outros órgãos. A RioTur dá horário e localização, mas nem um número (de público) bateu. E houve muito xixi. Usamos caminhões pipa, Kombis lava-jato e pulverizador – relata.

No Sambódromo, a Comlurb constatou que proporcionalmente o lixo recolhido no Sambódromo foi reduzido graças a implantação de coleta seletiva. Das 447 toneladas recolhidas na avenida, 44 toneladas eram de latinhas e garrafas pet, que serão reaproveitadas graças a um convênio entre a prefeitura, a Liga das Escolas de Samba e uma cooperativa de catadores.

– São menos 44 toneladas de lixo jogados no lixão ou no aterro graças ao convênio. Para o ano que vem, vamos tentar incluir nas exigências para o patrocínio do carnaval de rua a instalação de containeres nos locais de blocos, nos moldes como foi este ano em ralação aos banheiros químicos, que permitiu um aumento de 4,5 mil para 13 mil o número de banheiros – disse o secretário de Conservação e Serviço Público, Carlos Roberto Osório.

O lixo dos blocos registrou um crescimento de cerca de 20% em relação ao ano anterior.

– O crescimento maior foi nos blocos, mas o público nas ruas cresceu muito mais do que isso. Deve ter ficado em torno de 70% em relação ao ano passado. Alguns blocos até dobraram o número de foliões. Ainda é muito lixo jogado nas ruas e temos que melhorar. Mas, pela primeira vez, percebemos uma tendência de queda de lixo no carnaval. Colocamos 3 mil contêineres nas ruas, que ficaram cheios. Isso prova que tem gente colaborando.

Fonte: Jornal O Globo

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