O (mau) exemplo europeu e a coleta de lixo em Barcelona

Sim, o lixo é um problema desagradável, caro e incômodo, especialmente nas grandes cidades. Mas acima de tudo é uma questão complexa. Não consigo lembrar uma única dessas questões complexas que envolvem muitos atores, agravantes, atenuantes e peculiaridades locais que foram ‘resolvidas’ com soluções simples do tipo ‘faz a obra tal’ que tudo se resolve, o problema desaparece.

Nossos resíduos são muito variados e há tantas soluções diferentes para cada um dos problemas que eles causam que me sinto um tolo ao ver o vídeo abaixo e imaginar: ‘Ora porque não pensamos nisso antes?’.

Pois bem, mesmo sendo um calouro, com apenas 9 anos de dedicação a essa intrincada rede de problemas e soluções em torno dos resíduos sólidos urbanos, ouso dizer um sonoro não para a ‘solução’ catalã. O motivo é muito simples. O lixo que desaparece como mágica não tem importância para quem o descarta e isso vira um canal amplo e desimpedido para o desperdício.

Lixo sempre existiu e sempre existirá, já é lugar comum dizer isso. Mas ele começou a se tornar uma dor de cabeça quando passou a ser fruto do desperdício. Este é tão ruim que causa danos além do universo do lixo, como aumento dos impactos ambientais na extração de matéria-prima, fabricação, transporte e comercialização de tudo que usamos.

O tubulão europeu dá sumiço rápido no problema do lixo e ‘limpa’ também a consciência de quem está colocando os seus restos ali corretamente. Mas é nula a chance de que essas pessoas reflitam sobre seus hábitos de consumo, de modo a evitar o desperdício e gerar menos resíduos.

A Europa está em outro patamar no tratamento de suas sobras porque o europeu desperdiça muito e porque a educação deles falhou neste aspecto.

Encanar, prensar, queimar e processar tudo que sobra de maneira errada nos lares europeus, longe das pessoas, não é exemplo a ser seguido, é uma lástima a se refletir para que possamos educar nosso povo antes que a tecnologia tenha que tomar o lugar da lógica.

Educação e bom senso sim, enganação e falso mérito não.

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