O plástico oxibiodegradável tenta se passar por biodegradável. Ainda hoje, seus fabricantes o promovem como “Ecologicamente Correto!” *. O comércio acredita que está adquirindo um produto menos impactante e os clientes, por sua vez, gostam da idéia de que suas compras estão sendo embaladas em sacolas sustentáveis.
A esfera pública também se enganou. O deputado estadual Sebastião Almeida (PT – SP), defendeu o Projeto de Lei 534/07 que previa a substituição das sacolas plásticas atuais pelas oxibiodegradáveis. Sua definição do material reflete bem a confusão geral com o biodegradável: “(…) embalagem plástica oxi-biodegradável [é] aquela que apresenta degradação inicial por oxidação acelerada por luz e calor, e posterior capacidade de ser biodegradada por microorganismos e que os resíduos finais não sejam eco-tóxicos”. O projeto foi vetado em setembro de 2007.
Por outro lado, os materiais biodegradáveis não podem ser considerados a solução para o problema dos plásticos. Seu uso traz uma discussão ética, já que utiliza “alimentos” como mandioca, milho, cana de açúcar etc., para fabricação de objetos descartáveis, como sacolas e poliestireno expandido (mais conhecido como isopor®). A tecnologia atual usa três quilos de açúcar para a fabricação de um quilo de plástico biodegradável. Sua decomposição ainda gera como produto final chorume e gases do efeito estufa, agravando o aquecimento global.
Entenda abaixo a diferença entre biodegradável e oxibiodegradável.
Biodegradável – É decomposto pela ação de organismos vivos. O uso do termo geralmente pressupõe que os resíduos da decomposição não são tóxicos nem sofrerão bioacumulação. A maior parte do lixo de origem orgânica (papéis, tecidos de algodão, couro, madeira etc.) é biodegradável, e a maioria dos plásticos atuais não. (Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais).
Plástico oxibiodegradável – É aquele que recebe um aditivo para acelerar seu processo de degradação, mas não se decompõe em até seis meses. Não atende as normas técnicas nacionais e internacionais sobre biodegradação. Portanto, não é biodegradável. Este plástico, apenas divide-se em milhares de pedacinhos. No fim do processo não desaparece, mas vira um pó que pode parar em rios, lagos e mares. Isso significa que nossa geração poderá beber involuntariamente plástico oxidegradável misturado à água! E mais: os fragmentos podem ser ingeridos por animais silvestres e animais de criações nas fazendas, causando sérios danos econômicos e ambientais. (Plastivida).
Se ainda estiver em dúvida sobre este e outros temas ambientais, entre em contato com a Recicloteca.
Relacionados:
“Não Embale o Planeta”
* Frase disponível no site da Emplasmyl Embalagens
Sites:
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
Dados do livro:
LIMA-E-SILVA, Pedro Paulo de, GUERRA, Antônio J. T., MOUSINHO, Patrícia (organizadores). Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro: Thex Ed., 1999.
Agora você pode ser um apoiador do Projeto Recicloteca.
Já imaginou poder contribuir para semear a educação ambiental por aí?
Agora você pode!
Não importa o valor da doação, o que importa é ajudar a difundir informações sobre coleta seletiva, meio ambiente em geral e reciclagem. Todas as doações terão uma recompensa!!
Acesse o site abaixo e saiba mais:
https://apoia.se/recicloteca