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Os impactos das sacolas plásticas, uma forma de reduzir!

Por: Vinícius Maia

Muito se fala ultimamente sobre os impactos das sacolas plásticas ao ambiente e como as sacolas alternativas chegaram para salvar o mundo desse inimigo malévolo. Na verdade o inimigo somos nós mesmos, que não sabemos usar os recursos da mãe natureza e a tecnologia que nossa inteligência desenvolveu.

Sob pretextos escusos de propaganda, lucro ou mesmo de motivações pífias baseadas em argumentos falsos ou fracos proliferaram-se embalagens inadequadas do ponto de vista social, econômico e ambiental.

Some-se a isso, nossa notável habilidade de piorar as coisas com maus hábitos como o desperdício, a disposição inadequada nas ruas e o uso equivocado dos bens, que podemos comprar. Está formada, assim, a equação do pior tipo de degradação ambiental. Uma degradação silenciosa e discreta, inserida em todos os setores da sociedade, que vai prejudicando nossas vidas aos poucos.

E quando percebemos, ela se tornou um problemão que vira alvo de duros (e justos) ataques de ambientalistas e governantes. Daí é que surgem leis impopulares que visam proibir e eliminar a fonte dos problemas de maneira drástica. Segue-se a reação dos empresários, reclamação da população e horas de entrevistas para justificar tais leis.

Poderíamos poupar tempo, dinheiro e incomodo se as soluções (ou atenuantes) simples fossem divulgadas e adotadas.

Pra muitos dos problemas ambientais urbanos da modernidade há pelo menos dois tipos de soluções: as de alta tecnologia, fascinantes, mas muito caras ou complexas e as que são simples, geralmente baseadas em gestão de processos.

 

 

As sacolas plásticas não fogem a essa regra. Como alternativas surgiram as sacolas biodegradáveis, cuja polêmica gira em torno do fato de serem feitas de vegetais comestíveis (comida virando sacola??) e por serem caras demais.

Daí surgiu a oxidegradável, erroneamente classificada como oxibiodegradável ou apenas biodegradável. Na verdade é um plástico convencional com um aditivo que acelera a degradação em contato com o ar, mas não há consumo por microorganismos, logo não é verdadeiramente biodegradável. Então os impactos ambientais do plástico no meio ambiente permanecem.

O grande “Calcanhar de Aquiles” das sacolas plásticas está no fato de serem fartamente distribuídas em qualquer comércio, plenamente reutilizadas como saco de lixo, usualmente levadas para depósitos de lixo inadequados (como é a maioria dos depósitos brasileiros) e serem coloridas!

Nestes depósitos começa a degradação das sacolas. Ainda que lenta, desde o início ocorre a liberação da tinta usada para tingir o plástico e para imprimir logomarcas e frases. Estas tintas contém cobre, cádmio, cromo, zinco, que são metais pesados, poluentes, cumulativos nos organismos (não saem dos seres vivos) e que, associados a outras fontes de metais pesados, podem causar inúmeras doenças pulmonares, renais e neurológicas. Na tabela a seguir são apresentadas algumas relações entre a cor do plástico e a composição química dos pigmentos utilizados, assim como o potencial dano que os metais presentes nos pigmentos são capazes de causar aos seres humanos.

Bastaria que as sacolas fossem transparentes e sem impressos para que essa contaminação deixasse de ocorrer. E mais, saco plástico transparente chega a valer o dobro no mercado de recicláveis, ou seja, haveria maior interesse pela recuperação desse material nos programas de coleta seletiva municipal e de cooperativas de catadores.

Outra possibilidade para diminuir o impacto causado pelas sacolas plásticas ao meio ambiente é a utilização de sacolas reutilizáveis. Vários estudos sobre a análise do ciclo de vida e/ou impacto ambiental apontam que o uso de sacolas reutilizáveis é uma das opções mais sustentáveis, visto que uma sacola reutilizável pode substituir até 125 sacolas plásticas tradicionais e possuem vida estimada entre 12 a 104 viagens.

O ideal é que a sociedade equilibre o uso e a demanda, diminuindo os impactos das sacolas plásticas, mas nesse meio tempo, entre as leis e a conscientização podemos amenizar os impactos ambientais de seu descarte adequado ou inadequado se elas forem transparentes. Todos saem ganhando e o meio ambiente agradece.

Saiba mais em:

Sacolas plásticas oxibiodegradáveis se decompõem rapidamente, mas também deixam rastros.

Está valendo lei que proíbe distribuir sacolas plásticas em BH.

Fim sacolas plásticas nos supermercados também em SP.

Quantas sacolas descartáveis você recusa por dia?

Justiça de SP permite a cobrança por sacolas plásticas.

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